No dia 13 de novembro de 2017 aconteceu no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA uma roda de conversa, organizada por Karina Yamamoto, acerca dos limites de expressão impostos à jornalistas na esfera pessoal e profissional e dos impactos destes na profissão. O debate contou com a presença de membros do JDL e alguns convidados, entre eles Fábio Zanini, editor de política da Folha de S. Paulo, e Cristiane Reimberg.
O encontro foi motivado pela volta do tema ao centro das discussões após a demissão do jornalista Diego Bargas pela Folha, cujo motivo teria sido o descumprimento do código de conduta nas redes sociais.
Durante a tarde diversos assuntos que envolvem o tema como a concepção do jornalista enquanto pessoa física ou jurídica, os limites e intersecções entre ativismo e jornalismo, e os significados do posicionamento político de jornalistas foram trazidos à discussão.
O impacto trabalhista sobre todo esse processo também foi um ponto de atenção, uma vez que envolve danos representativos à profissão e danos psicológicos ao profissional. Um dos questionamentos levantados é até que ponto o discurso de isenção ‘oprime’ o jornalista. O código de ética dos jornalistas foi mencionado à luz do artigo 12, que fala a respeito da solidariedade aos colegas que sofrem perseguição.
O posicionamento da Folha diante do caso de Bargas também foi discutido, debatendo-se até que ponto os códigos de conduta estimulam a autocensura e se de fato zelam por uma posição neutra do veículo diante dos acontecimentos, já que a credibilidade jornalística também depende em partes desta isenção. Outros veículos que atuam mais próximos ao ativismo como o Mídia Ninja e os Jornalistas Livres também foram centro da discussão.